Caneleira ou a milenar árvore da canela





"Cinnamomum verum"é uma pequena árvore com pouco mais de 10 metros de altura, com folhas de 7 à 18 cm de comprimento, e, possui flores que ocorrem em inflorescências com coloração esverdeada e um odor distinto. Seu fruto é uma drupa com 1 cm de comprimento, de coloração púrpura quando madura, contendo uma única semente. Já o seu tronco alcança cerca de 35 centímetros de diâmetro.
A caneleira ou a árvore da canela é originária do Ceilão, da Birmânia e da Índia e conhecida há mais de 2500 anos a.c. pelos chineses.
O antigo nome botânico da espécie, "Cinnamomum zeylanicum", deriva de Ceilão, o antigo nome europeu do Sri Lanka. O Sri Lanka continua a deter 80% da produção mundial de "Cinnamomum verum", que é também comercialmente cultivado nas ilhas Seychelles e em Madagáscar.
canela é a especiaria obtida da parte interna da casca do tronco. É muito utilizada na culinária como condimento, e, aromatizante na preparação de certos tipos de chocolate e licores. Na medicina, empregada como os óleos destilados.
A canela é conhecida desde da Antiguidade Clássica e foi tão valorizada que era considerada um item a ser presenteado a monarcas e outros dignitários.
Considerada símbolo da sabedoria, a canela foi usada na antiguidade pelos gregos, romanos e hebreus para aromatizar o vinho, e, com fins religiosos na Índia e na China. Entre as muitas histórias da canela, conta-se que o imperador Nero depois de matar com um pontapé sua esposa, tomado de remorso ordenou a construção de uma enorme pira para cremá-la. Nessa pira foi queimada uma quantidade de canela suficiente para o consumo, durante 1 ano, de toda a cidade de Roma.
 A "Cinnamomum zeylanicum" cresce bem em solo brasileiro, onde já foi bem cultivada no passado, tendo sido introduzida pelos jesuítas. 
A canela é mencionada até em passagens bíblicas. No Livro dos Provérbios da Sagrada Escritura, por muitos atribuído a Salomão, é feita a seguinte referência à canela:

"Adornei a minha cama com cobertas, com colchas bordadas de linho do Egipto.
Perfumei o meu leito com mirra, alóes e cinamomo ...
Vem ! Embriaguemo-nos de amor até ao amanhecer,
Porque o meu marido não está em casa;
Que o teu coração não se deixe arrastar pelos caminhos dessa mulher,
A sua casa é o caminho para a sepultura,
Que conduz à mansão da morte".

Simbolicamente, a canela é uma especiaria ligada ao amor, sendo empregada muitas vezes como ingrediente para perfumes mágicos e poções para conquistar a pessoa amada. Há quem acredite que ela atrai o sucesso nos negócios, trazendo sorte e determinação para a resolução de problemas.
É mencionada em Êxodo 30:23, quando Deus ordenou a Moisés o uso da canela (em hebraico: קִנָּמוֹן qinnāmôn) e cássia.Também se encontra mencionada por Heródoto e outros escritores clássicos europeus.
No início do século XVI era trazida por comerciantes portugueses diretamente do Ceilão (atual Sri Lanka, no sul da Ásia), chegando um quilograma a valer dez gramas de ouro. O comércio português no Oriente foi perdido progressivamente para a Companhia das Índias Orientais, holandesa, que se assenhoreou dos entrepostos portugueses na região a partir de 1638.


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